Com frequência recebemos circulares de oração, ou informação em redes sociais, que alertam para que o povo de Deus ore porque no parlamento do seu país vão votar, no dia seguinte, a lei de “casamento” homossexual ou o aborto livre.
É triste ver que o povo que se chama “de Deus” não aprende a discernir as coisas da perspectiva do Reino de Deus.
Uma das coisas que não são levadas em consideração é que o Senhor da Igreja é o Senhor Jesus. Isso parece óbvio, mas é uma das coisas menos lembradas pelos que dizem ser cristãos, mas que tomam decisões segundo o seu próprio senhorio pessoal.
Isso quer dizer que, se Jesus é o Senhor, é preciso estar atentos às Suas ordens.
Jesus deu uma só ordem à Sua Igreja, e nunca faz mal recordá-la: “Ide por todo o mundo, pregai o evangelho a toda criatura”. (Marcos 16:15)
Todo o mundo sabe que falta muito pouco tempo para que o Senhor Jesus volte para esta Terra e dê começo a uma nova etapa no Seu reinado.
Um dos sinais da Sua volta iminente foi a multiplicação de falsos ministros e a consequente proliferação de falsas doutrinas. A Bíblia também diz que os cristãos são aqueles que guardam a Sua Palavra.
“Se vós permanecerdes na minha palavra, verdadeiramente, sereis meus discípulos” (João 8:31). “Em Antioquia, foram os discípulos, pela primeira vez, chamados cristãos.” (Atos 11:26)
Isto é, não se pode ser discípulo de Cristo, ou cristão, se não se permanecer na Sua Palavra. Não se pode estar em um reino e não obedecer ao rei. Não se pode ter o Salvador, mas não o Senhor.
Foi isso o que aconteceu com uma enorme massa de gente que dizia ser cristã ou povo de Deus: desviou-se da obediência a Cristo e não permaneceu na Sua Palavra. Muitíssimos se distraíram da ordem que o Senhor da Igreja deu e mudaram a pregação da Palavra para fazer “batalhas espirituais”, “escolas de profetas”, “cúpulas estratégicas de alto nível”, “colocação dos apóstolos e profetas nos níveis mais altos”, etc.
Porém, acontece que não estamos em batalha espiritual e não há profetas e apóstolos entre nós?
Claro que estamos em uma guerra espiritual, e logicamente os apóstolos e profetas continuam existindo.
Mas, as coisas foram distorcidas e, enquanto servir como profeta ou apóstolo não deveria ter maior importância, fizeram disso um objeto de culto, estudo, congressos, etc. Enquanto isso, o foco sobre pregar o Evangelho e exaltar a Cristo em vez de al homem foi perdido.
Quanto à batalha espiritual, justamente pregar o Evangelho é a estratégia chave para essa batalha. Um exemplo disso é que em Éfeso os discípulos pregaram o Evangelho e, como as pessoas se converteram, começaram a queimar os livros de bruxaria. Como consequência, abandonaram o culto a Diana, e o negócio dos ourives da prata quase afundou.
Os discípulos não foram ao templo de Diana para arrojar azeite, sal, ou fazer conjuros, mas simplesmente pregaram o Evangelho e as pessoas se converteram, abandonando a idolatria. Isso é batalha espiritual de verdade, do jeito que o Senhor Jesus mandou fazer.
Agora, voltando ao “casamento” homossexual e o aborto…
Ainda que estes dois assuntos serão abordados em outros artigos, vou me concentrar agora na aprovação de leis que legalizam essas práticas abomináveis.
O momento par agir contra essas coisas não é no dia antes que a lei seja aprovada, mas sim, muito antes.
Se a Igreja de Cristo tivesse se concentrado em pregar o Evangelho e mostrar o poder de Deus através dos sinais que seguem os que creem, o povo teria se arrependido dos seus pecados e teria temor de Deus.
Um povo que tem temor de Deus não exige leis que legalizem a prática do pecado. Os políticos e legisladores fazem leis de acordo com os desejos dos seus votantes. Se a maioria dos votantes quer se sentir bem com o seu pecado e, para isso, necessita a justificação de uma lei, então o legislador legisla nesse sentido, porque assim continuarão votando nele.
Portanto, quando uma lei desse tipo está a ponto de ser aprovada, a Igreja já perdeu o bonde.
É inútil, portanto, orar a respeito disso?
Pois, provavelmente, sim!
Então, não se pode fazer nada?
Sim. Porém, é tempo de agir e não de orar. Em todo caso, devemos orar para que o Espírito Santo nos dê sabedoria e oportunidade para pregar. A ordem do Senhor Jesus é que preguemos o Evangelho a toda criatura. O arrependimento pelo pecado é a única coisa que leva a pessoa a deixar de praticar o pecado. Se quisermos combater o pecado, só há um caminho: pregar o Evangelho.
É preciso saber discernir quando é o momento de orar e quando é o momento de agir.
Orar está bem, mas Deus não vai fazer truques de magia para que os legisladores mudem a forma de pensar na última hora e decidam votar contra essas leis. Eles não vão mudar a sua meta: conquistar os votantes, por meio da magia. Os votantes também não vão mudar de meta: justificar a sua depravação, se não sentirem um arrependimento profundo.
Sejamos sábios, mas, mais que sábios, obedientes. Salomão era sábio, mas se perdeu porque desobedeceu.
A obediência traz consigo bênção e prosperidade: “E será que, se ouvires a voz do SENHOR, teu Deus, tendo cuidado de guardar todos os seus mandamentos que eu te ordeno hoje, o SENHOR, teu Deus, te exaltará sobre todas as nações da terra.” (Deuteronômio 28:1)
Portanto: “Ide por todo o mundo, pregai o evangelho a toda criatura.” (Marcos 16:15)